quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A Procura da Felicidade

Estou com medo. Há um constante barulho de água caindo, e isso me irrita. Minhas pálpebras estão pesadas, mas algo me impulsiona a escrever. Penso nas mil e uma burradas que já fiz, lembro-me da única pessoa que me amou verdadeiramente, de como massacrei seu pobre coração com minhas próprias mãos. Crueldade? Costumo chamar isso de inocência, eu era só uma criança e não sabia o que estava fazendo.

Fecho os meus olhos, permaneço assim por alguns segundos, posso enxergar cada uma das pessoas que amo diante dos olhos, sinto afligir-me o peito, por quanto tempo conseguirei mantê-los em minhas mãos? Solidão. A palavra soa-me forte demais, então é assim, no final a gente sempre acaba ficando só, então... Por que temer? Já devíamos estar acostumados, não?

“Talvez você não consiga aquilo que realmente quer...”, assim dizia o meu bom e velho amigo Renato, rio só, era para ser depressivo, mas não, não consigo conter um leve e curto sorriso. Se ao menos soubesse aquilo que realmente quero... Se tivesse coragem de admitir para mim mesma... Se, se, se... A frase ressoa um pouco mais forte em meus ouvidos, mas meu corpo inerte se recusa a ouvir qualquer coisa, por menor que ela seja.

Sinto-me hipócrita, estou numa constante disputa, disputo contra meus melhores amigos e a troco de quê? A troco de nada, no final ninguém saberá quem venceu, ninguém vencerá, chegaremos todos no mesmo ponto, uns primeiro, outros depois, mas, que importa? Todos chegarão lá, mais cedo ou mais tarde todos chegarão. Fico imaginando o que é pior, errar e achar que está certo ou errar mesmo sabendo estar errado, ir contra seus próprios ideais. Não sei ao certo, mas sei que é isto o que me torna hipócrita.

Quero fugir, fugir de mim mesma, ir para alguma casinha de sapê no meio do nada, longe de tudo e de todos, uma dessas casinhas de madeira e telhado de palha, só eu e o nada. De essencial, apenas os livros, alguns papéis e um lápis, o resto não passaria de banalidades. Quero sentir a chuva molhar meu corpo, lavar minha alma; quero sacudir os pés no riacho; sentir o vento bater no meu corpo, sacudir meus cabelos; quero o sol queimando minha pele; colher as flores molhadas de orvalho pela manhã; ver o pôr do sol, sentada numa cadeira de balanço, na varanda de casa; sentar-me a beira de uma fogueira, ao som de um violão, viola, gaita ou, simplesmente, uma flauta doce, deixar que apenas as estrelas cubram o meu corpo; no mais completo vazio, na mais completa solidão.

Alguns dizem que meu sonho de consumo é pequeno demais, que é bem simples ou que não passa de uma forma de tentar fugir dos meus problemas, outros, que desejo o paraíso, mas há também quem diga que devo estar ficando louca, eu, digo apenas que quero ser feliz.

2 comentários:

  1. Olá Jussara lembra de mim Rodrigo da escola da igreija vc sumiu

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  2. Vc escreve muito bem isso já era de se esperar vc sempre foi inteligente lembro de vc nos intervalos do Sônia Maria lendo a biblia

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