domingo, 26 de junho de 2011

Tarde de domingo

É estranho, mas hoje não me sinto bem, não que eu esteja doente ou coisa assim, não é isso, é que hoje o dia não está legal. Um dia nublado, as folhas balançando, eu trancada no quarto estudando matemática com medo de ir mal na prova de amanhã, com uma pilha de redaçãos para fazer - todas dissertações - que nem mesmo sei quando farei, e com vários textos batidos sobre a água para ler, afinal, é o tema da prova de redação de amanhã; mas eu aqui, escrevendo, como se tivesse todo o tempo do mundo, que, por sinal, parece fugir constantemente de mim.

Isso tudo faz com que me sinta uma fraude, sou totalmente diferente do que pensam de mim, nada de garotinha inteligente, prodígio e etc; apenas uma adolescente cheia de medos, dúvidas e incertezas. Às vezes falta-me até a autoconfiança, me bate um medo e uma vontade de chorar, como se tudo fosse impossível ou distante demais, como se eu tivesse deixado o tempo passar sem ter feito nada de útil, como se toda a minha vida tivesse sido perdida, quado ainda sou tão nova.

As cobranças estão cada vez mais fortes e elas não partem só de mim, ela vem de todos os lados me deixando com medo de que a peteca caia, de que a máscara quebre e a verdade seja revelada, o eu real descoberto. Ah se pudesse fechar os olhos e crer que tudo vai ficar sempre estático, parado no seu devido lugar como deveria, com um quadro ou uma fotografia de um instante, nesse caso, de uma vida.

Mas tudo deve continuar, tudo há de seguir e prosseguir seu rumo e eu terei de seguir o compasso da dança. Talvez até mesmo deixar que me descubram, que me roubem os segredos e me arranquem lágrimas - que por sinal já o fazem - e eu terei de aceitar porque ninguém pode parar ou voltar a vida; é uma fita sem replays e pausas que somos obrigados a assistir, a não ser que a forcemos a desligar, só assim é possível fugir a esse filme que nos é imposto.

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